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Cá estou, na encruzilhada. Sim, encruzilhada, um elemento tão... cliché entre os devaneios blogueiros. Ou não-blogueiros. Ou não-devaneios.
As ruas, estradas, insistem em se cruzar. Teimosas, arredias, insistentes, não resistem à tentação de encontrar-se umas com as outras; encontros estes que acabam por tornar-se motivo para praças, monumentos, fontes, jardinetes, semáforos, acidentes, encontros, desencontros.
Ora pois! Serão incapazes de seguir, em linha reta ou sinuosas, curtas ou longas, estreitas ou largas, cada uma o seu caminho, sem atravessarem-se entre si? Explica-me, ó sabio, como podem?
Enquanto a tal explicação não vem, resta-me continuar a reclamar. Eis meu reclame: enquanto as ruas e caminhos, simbólicos e significativos que sejam, ao cruzar, dão nascença a todo tipo de marco, comemoração, monumento; nós, seres (sub? des?)humanos, pouco fazemos de tantos que, como as ruas, nos cruzam, atravessam, encontram, conosco bifurcam, emendam, partem, chegam.
Miséria da humanidade! Façamos de nossas encruzilhadas, nossas esquinas, nossas junções, motivos mais que suficientes para monumentos, praças, obeliscos, jardins. Fontes e estátuas. Insuficientes e incompletos que sejam, cumprem paliativamente o papel de dar aos encontros do ser humano o devido valor.
Com a devida licença, ponho-me em marcha, deixando esta encruzilhada. Mas não sem um registro, sem uma recordação. Que venham, amigos, inimigos, afetos, desafetos, mães, pais, filhos, conhecidos e desconhecidos! Procurarei erguer, de cada esquina que fizermos, um memorial.