domingo, 27 de abril de 2008
A vida às vezes é, como diria meu bisavô, ladina. Quase sempre plácida, fluente, contínua, em calmaria, decide, sem o menor prenúncio, fazer uma das suas. E nelas caímos inocentemente, como se fora a primeira vez que se nos prega uma peça.
Interessante como é possível não ver, afinal tão clichê, tecla batida, repeteco! E caí, novamente, e mais uma vez se me pregou a peça. Cego, teimoso, insisti, ao deixar aquilo que queria ser meu, e querer para mim aquilo que nem cogitava em ter-me, aquilo que descobria que desejava ter não a mim, mas ao meu irmão, sim, aquele irmão de espírito, veias, e músculos involuntários do sistema cardíaco-circulatório.
Não, não me venham com admoestações regadas a analogias supostamente machadianas acerca de maçãs, macieiras, galhos altos e baixos. Afinal, a despeito destas, a maçã que sabia ser boa, que havia degustado e cujo sabor me encantara, esta lancei ao chão, em busca de outra que parecia estar mais ao alto. O que não havia percebido, é que esta não estava mais ao alto, e sim mais ao lado, na macieira vizinha.